31 de dezembro de 2019

TOP 2019 - CINEMA


Sim, 2019 nos trouxe bons filmes! Segue o meu TOP 10 (com menções honrosas), citação da série que mais me agradou, e os "prêmios framboesa" para as porcarias do ano. Feliz 2020!

Top 10 - Filmes:
1. Parasita
2. Nós
3. Rocketman
4. Bacurau
5. Coringa
6. Vingadores: Ultimato
7. Entre Facas e Segredos
8. Ford vs Ferrari
9. História de um Casamento
10. Dois Papas

Menções honrosas (sem ordem):
-Turma da Mônica: Laços
-Meu Nome é Dolemite
-Toy Story 4
-O Irlandês
-O Menino que Queria Ser Rei

Série (temporada) do ano:
-Star Trek Discovery (2ª  temporada)

Piores filmes:
-Hellboy
-MIB: Homens de Preto Internacional
-A Morte Te Dá Parabéns 2

TOP 2019 - MÚSICA

Sim, 2019 nos trouxe boa música! Segue o meu TOP 10 de álbuns, uma playlist de Spotify com minhas 20 músicas preferidas de 2019, e os "prêmios framboesa" para as porcarias do ano. Feliz 2020!

Top 10 - Álbuns: 
1. Feral Roots (Rival Sons)
2. Fear Inoculum (Tool)
3. When We All Fall Asleep, Where Do We Go? (Billie Eilish)
4. "Let's Rock" (The Black Keys)
5. Walk the Sky (Alter Bridge)
6. Distance over Time (Dream Theater)
7. Back Home Again (Dr. Sin)
8. Why Me? Why Not. (Liam Gallagher)
9. We Are Not Your Kind (Slipknot)
10. Não Vejo a Hora (Humberto Gessinger)

Menções honrosas (sem ordem):
-In the End (The Cranberries)
-Colorado (Neil Young)
-"40" (Stray Cats)
-Help Us Stranger (The Raconteurs)
-Backbone (Status Quo)

Top 20 - Músicas (playlist, sem ordem):
https://open.spotify.com/playlist/4awpIp5UdEewUisynKq37M?si=_pOYaDCwRh6UNMz9R3bSvA

Pior álbum: Legacy Of The Dark Lands (Blind Guardian & Twilight Orchestra)
Pior música: Caneta Azul (Manoel Gomes)

13 de dezembro de 2019

Resenha: "DR. SIN - BACK HOME AGAIN" (2019)



O hard rock nacional sempre esteve bem servido de bandas, mas foram os paulistas do Dr. Sin que alçaram vôos mais altos desde o seu primeiro álbum (o autointitulado, de 1993). Após um breve término de atividades, os irmãos Andria (vocal e baixo) e Ivan Busic (bateria e vocal) voltaram à ativa sem o guitarrista Eduardo Ardanuy, e com Thiago Melo em seu lugar. Como resultado, temos uma banda revigorada em seu novo disco, “Back Home Again” (2019).

Pouco antes, os Busic pareciam quase “perdidos no espaço”, como mandava o prévio single “Lost in Space” (relançado aqui como faixa bônus), uma excelente semi-balada de metal progressivo que remete a um Dream Theater abduzido por alienígenas. No novo disco em si, o sentimento das letras é de superação, inquietações persistentes da vida, e alguns respiros intimistas. Já o som é aquele hard rock robusto de costume, com uma modesta quantidade de baladas, e com momentos gostosos de interação virtuosa entre os três integrantes.

O ótimo hardão “Breakout” é direto e puxado para o estilo do álbum “Brutal” (1995), abrindo o trabalho com uma temática autorreferente e desafiadora. Ainda nessa área, destaco a excelente “You Had it Coming”, que não apenas manda uma mensagem ácida e sem papas na língua, como também nos apresenta o refrão mais grudento do disco. Já a boa “Face to Face” é cadenciada e melódica, lembrando incursões modernas e “recentes” de bandas como Mr. Big e Tesla.

A melhor faixa é “The Reflection of a Conflicting Mind”, um excepcional hard fusion que evoca a faceta mais alucinada do Extreme, e vai entortar a cabeça dos ouvintes. A quase alternativa e nervosa “Shout” é um dos momentos mais intrincados e criativos do álbum, enquanto que a esquisita “Mayday” nos deixa hipnotizados do início ao fim. Já o vibrante speed metal “Run For Your Life” é de uma combustão espontânea reminiscente da clássica faixa “Fire”.

Na área das baladas, a qualidade é mais oscilante, como ocorre na apenas razoável “27”. Destaco a boa “Best Friends”, um southern rock eletroacústico que soaria bem na trilha sonora de um Sons of Anarchy rodado no interior de São Paulo. E a digna “See Me Now” traz mais um momento alternativo, com uma vibe sombria e melancólica influenciada pelo Alice in Chains.

Em “Back Home Again”, o Dr. Sin está de volta ao seu combo sônico, munido de uma jovialidade renovada em som e letras, e sem abrir mão de certo senso de variação. Andria mantém seu vocal agudo e poderoso, e Ivan continua nos dando belas porradas em sua bateria. Thiago Melo ainda está em seus primeiros passos no grupo, mas já mostrou em sua guitarra uma singular união de energia e elegância sonora. Em suma, um dos melhores álbuns dos caras!

Nota: 9

Por Fábio Cavalcanti

Músicas:
1. Breakout
2. Face to Face
3. 27
4. Shout
5. Mayday
6. Best Friends
7. Run For Your Life
8. See Me Now
9. The Reflection of a Conflicting Mind
10. What's Wrong
11. You Had it Coming
12. Fear
13. Lost in Space [faixa bônus]

6 de dezembro de 2019

Resenha: "THE WHO - WHO" (2019)



A idade avançada também traz suas crises, inseguranças e reflexões constantes sobre vida e morte. A prova disso está no novo e bom álbum dos roqueiros britânicos do The Who, intitulado apenas “Who” (2019). Roger Daltrey e Pete Townshend pausaram as turnês que apenas revisitam o catálogo sessentista e setentista de sua clássica banda, e decidiram que estava na hora de registrar algo que unificasse o passado e o presente num mesmo pacote.

Nenhum fã do velho rock clássico precisa se preocupar, pois a sonoridade do The Who continua calcada em rocks e baladas, vocais maravilhosamente joviais e teatrais de Daltrey, guitarras elegantíssimas de Townshend, teclados climáticos, e uma cozinha que agora fica em segundo plano – quase uma homenagem aos saudosos John Entwistle e Keith Moon, membros da formação clássica do grupo. O diferencial está mesmo é nas letras, bastante realistas e atuais.

A ótima “All This Music Must Fade” inicia o trabalho com ecos do hino “Won't Get Fooled Again”, juntamente com ritmos intrincados, vocais energéticos, e uma temática bacana sobre plágios musicais. Outro grande destaque é “Ball and Chain”, um envolvente blues rock cadenciado e sombrio que discursa sobre os perrengues numa prisão. Fechando a trinca inicial, “I Don't Wanna Get Wise” é um bom rock retrô com melodias grudentas, e que traz letras quase autobiográficas sobre as vantagens e desvantagens do amadurecimento.

A excelente “Detour” é um rock ‘n’ roll divertido e percussivo que mistura o estilo de Bo Diddley com a própria “Magic Bus” do The Who. A boa e melódica “Street Song” parece ter sido feita para ecoar em grandes estádios, e nos apresenta a performance vocal mais arrepiante de Daltrey. Já a morna “Hero Ground Zero” falha um pouco em relembrar a vibe sinfônica de opera rock à la “Quadrophenia” (1973). Outra faixa apenas ‘ok’ é “Rockin' in Rage”, que vai da calma soturna à explosão nervosa, com Townshend e Daltrey buscando alguma revolta na velhice.

Entre os pontos mais fracos, temos “I'll Be Back”, uma balada de soul pasteurizado que seria no máximo um lado-b do Simply Red. E a última faixa, o flamenco esquisito “She Rocked My World” é uma tentativa falha de trazer experimentalismo logo aos 45 minutos do segundo tempo...

Sim, esse décimo segundo álbum do The Who é uma mistura de simplicidade com senso de variação, como uma forma de juntar as meditações da terceira idade com impulsos jovens e questionadores que não podem morrer. Com ecos em especial dos álbuns “Who’s Next” (1971) e "Who Are You" (1978), esse “Who” é o melhor dos quatro álbuns lançados após a morte de Keith Moon, e é um belo suspiro final de uma das melhores bandas que o rock nos ofereceu.

Nota: 7

Por Fábio Cavalcanti

Músicas:
1. All This Music Must Fade
2. Ball and Chain
3. I Don't Wanna Get Wise
4. Detour
5. Beads on One String
6. Hero Ground Zero
7. Street Song
8. I'll Be Back
9. Break the News
10. Rockin' in Rage
11. She Rocked My World