5 de julho de 2022

Resenha: "THOR - AMOR E TROVÃO" (2022) [sem spoilers]

 
Aqui estamos nós, ainda interessados em novos filmes de super-heróis do já vasto - e majoritariamente satisfatório - "Universo Cinematográfico Marvel" ('MCU')... e sempre atentos à possibilidade de mudanças na tal fórmula cinematográfica de toda a trupe do Kevin Feige. Seu 29º exemplar, "Thor: Amor e Trovão" (2022), está longe de ser realmente diferenciado, mas ainda será divertido para um enorme público: aquele que só exige inovações ou roteiros lógicos quanto assiste a continuações de outras franquias...

Taika Waititi, que já havia dirigido o "Ragnarok", voltou ao posto para repetir o que deu certo no 3º filme dessa quadrilogia do “Deus do Trovão”: um mix de ação, aventura espacial e comédia. Chris Hemsworth imprimiu ao herói uma faceta mais alucinada, para combinar com os subtextos “redescobertas pessoais” e “senso de propósito” (tipo uma crise da meia-idade). Já o retorno da personagem da Natalie Portman, agora como a “Poderosa Thor”, serve a uma subtrama romântica, e como um bem sacado complemento “inverso” aos dilemas do Thor.

Sim, há um belo potencial em cada elemento supracitado, mas a execução se torna irregular, visto que a nova carga dramática da coisa toda - em especial quanto ao destino de certo personagem - fica diluída no meio de todo aquele espírito leve e frequentemente galhofeiro. O vilão “tragicamente sombrio” feito pelo Christian Bale acaba sendo pouco ameaçador e às vezes caricato... e as cenas de ação nos envolvem apenas pela sua boa competência visual.

Quanto à cativante interação entre os personagens, juntamente aos elementos cômicos, a coisa funciona muito bem... a ponto de ser quase impossível não mantermos ao menos um sorriso no rosto durante várias dessas cenas (obs.: os bodes barulhentos são ótimos). É interessante também notarmos as influências de obras oitentistas à la "Espada e Feitiçaria", e curtirmos o uso narrativamente conveniente de algumas músicas do Guns N’ Roses...

O filme "Thor: Amor e Trovão" tem tudo para oferecer uma experiência semelhante à de "Ragnarok", valendo ainda mais pelos momentos “sóbrios” e importantes do casal principal. Será que sua razoável competência, suas altas cores, e as ideias sobre o “poder do amor” são o bastante, a essa altura do ‘MCU’? Talvez sejam, ainda que aquelas cenas dos créditos tragam o de sempre: algo que nos faz pensar mais no próximo capítulo do que na obra que acabamos de assistir...

Nota: 6

Por Fábio Cavalcanti