16 de maio de 2025

Resenha: "MISSÃO IMPOSSÍVEL - O ACERTO FINAL" [sem spoilers]


É impossível gostarmos de “Missão: Impossível - O Acerto Final” (2025)? Este filme, que é o 8º título de uma poderosa franquia de ação e espionagem estrelada por Tom Cruise, é uma continuação direta do exemplar "Acerto de Contas", e se propõe a servir como uma espécie de encerramento de arco para o agente Ethan Hunt. O diretor Christopher McQuarrie lidou bem com essa responsabilidade, em meio a algumas oscilações de qualidade…

Na trama, Ethan e sua equipe tentam destruir uma Inteligência Artificial chamada "A Entidade". Apesar da longa duração do filme, seu roteiro possui a habitual narrativa de “corrida contra o tempo”, e longas explicações - não tão bem explicadas, afinal - do tipo “cada personagem fala um trecho”, o que não abre espaço para as análises sobre perigos das tecnologias atuais e nem para catarses humanas que poderiam ser ainda maiores…

Do vasto e competente elenco (Hayley Atwell, Ving Rhames, Simon Pegg, Angela Bassett, etc.), apenas os personagens de Cruise e outros dois é que ganharam cenas comoventes de fato, e os vilões (Esai Morales em especial) não parecem tão inteligentes quanto no filme anterior. Quanto à ação, podemos nos empolgar e nos arrepiar com a engenhosidade geral e imersão fornecidas pelas duas principais cenas aqui: uma num submarino afundado, e outra num biplano.

Ao ampliar o escopo épico que foi estabelecido em “Efeito Fallout”, a ao fazer competentes referências aos capítulos anteriores da saga, em especial o primeirão de 1996, o filme “Missão: Impossível - O Acerto Final” é dinâmico e magnético o bastante. Podemos aprender com Tom Cruise ou com o seu Ethan Hunt, de que não há nada de errado em aceitarmos novas missões indefinidamente…

Nota: 7

Por Fábio Cavalcanti

29 de abril de 2025

Resenha: "THUNDERBOLTS*" [sem spoilers]


“Thunderbolts*” (2025) é tão desajustado quanto os seus próprios personagens Yelena Belova, Bucky Barnes, Guardião Vermelho, Agente Americano, Fantasma, e outros? O 36º filme de super-heróis do “Universo Cinematográfico Marvel” (‘MCU’) é como uma dicotomia, na qual a habitual proposta de ação ‘blockbuster’ dessa franquia conduzida por Kevin Feige está entrelaçada a um tom relativamente introspectivo e “independente” que parece vir da parte do seu diretor Jake Schreier.

A premissa é mais uma do tipo “grupo de desajustados enfrentando uma missão inesperada, e encontrando algum pertencimento e redenção ao longo do caminho”, algo já visto até em obras contemporâneas como “Guardiões da Galáxia” e “Esquadrão Suicida”. A beleza aqui está nas atuações: as personalidades acertadamente desconexas, e as angústias distintas, dos anti-heróis vividos por Florence Pugh, Sebastian Stan, David Harbour, Wyatt Russell, Lewis Pullman e Hannah John-Kamen.

Apesar de apresentar uma corajosa reviravolta logo no início, o roteiro em geral culmina na habitual impressão de que a nova história foi uma mera introdução para os projetos futuros da Marvel - e até mesmo a revelação quanto ao asterisco no nome do filme, gera outras perguntas. As cenas de ação e os visuais, que poderiam ser um acerto devido às suas escalas “compactas”, acabam sendo esquecíveis. Já certo vilão “esquisitão” se prova, em especial no final, como um acerto quanto ao núcleo psicológico da narrativa.

Tocando em temas como depressão, traumas, e o já citado pertencimento - problemas amplificados nos anos 2020’s -, “Thunderbolts*” é como uma terapia em grupo que não deixa de ser divertida. É provável que as opiniões se dividam, quanto a essa obra ser considerada uma “renovação para o ‘MCU’” ou um exercício apenas ordinário no criativamente desgastado cenário de filmes de (anti) heróis. A humanidade de Pugh e Stan, a comicidade de Harbour, e o ‘Bob’, garantem uma boa experiência.

Nota: 7

Por Fábio Cavalcanti