29 de abril de 2025

Resenha: "THUNDERBOLTS*" [sem spoilers]


“Thunderbolts*” (2025) é tão desajustado quanto os seus próprios personagens Yelena Belova, Bucky Barnes, Guardião Vermelho, Agente Americano, Fantasma, e outros? O 36º filme de super-heróis do “Universo Cinematográfico Marvel” (‘MCU’) é como uma dicotomia, na qual a habitual proposta de ação ‘blockbuster’ dessa franquia conduzida por Kevin Feige está entrelaçada a um tom relativamente introspectivo e “independente” que parece vir da parte do seu diretor Jake Schreier.

A premissa é mais uma do tipo “grupo de desajustados enfrentando uma missão inesperada, e encontrando algum pertencimento e redenção ao longo do caminho”, algo já visto até em obras contemporâneas como “Guardiões da Galáxia” e “Esquadrão Suicida”. A beleza aqui está nas atuações: as personalidades acertadamente desconexas, e as angústias distintas, dos anti-heróis vividos por Florence Pugh, Sebastian Stan, David Harbour, Wyatt Russell, Lewis Pullman e Hannah John-Kamen.

Apesar de apresentar uma corajosa reviravolta logo no início, o roteiro em geral culmina na habitual impressão de que a nova história foi uma mera introdução para os projetos futuros da Marvel - e até mesmo a revelação quanto ao asterisco no nome do filme, gera outras perguntas. As cenas de ação e os visuais, que poderiam ser um acerto devido às suas escalas “compactas”, acabam sendo esquecíveis. Já certo vilão “esquisitão” se prova, em especial no final, como um acerto quanto ao núcleo psicológico da narrativa.

Tocando em temas como depressão, traumas, e o já citado pertencimento - problemas amplificados nos anos 2020’s -, “Thunderbolts*” é como uma terapia em grupo que não deixa de ser divertida. É provável que as opiniões se dividam, quanto a essa obra ser considerada uma “renovação para o ‘MCU’” ou um exercício apenas ordinário no criativamente desgastado cenário de filmes de (anti) heróis. A humanidade de Pugh e Stan, a comicidade de Harbour, e o ‘Bob’, garantem uma boa experiência.

Nota: 7

Por Fábio Cavalcanti