Quem não lembra do final dos anos 90 e início da década passada, em que o rock ainda fazia sucesso comercial? Nessa época, houve a explosão do Creed, uma banda norte-americana de pós-grunge que gerou um misto de admiração e irritação entre o público. Após o seu término, os seus três instrumentistas se uniram ao vocalista Myles Kennedy, e montaram um combo sônico mais forte e virtuoso chamado Alter Bridge, o qual trouxe agora em seu sexto álbum “Walk the Sky” (2019) um estilo ainda mais distante daquela outra banda...
Aqui, Kennedy não apenas atinge uma maior versatilidade em seu típico vocal agudo, como também entrelaça suas emoções com as guitarras furiosas e catárticas de Mark Tremonti. E a cozinha de Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bateria) traz coesão e grooves na medida certa, sem exibicionismos. Enquanto o som é mais sombrio e exótico do que de costume, as letras conferem maior dose de força e esperança para vencermos as batalhas contra nossos demônios internos, algo bem explicitado por exemplo nas belas baladas “The Bitter End” e “Dying Light”.
O ótimo e pesado single “Wouldn't You Rather” possui harmonias bem sacadas, uma letra levemente otimista, e um sutil background sinfônico que também é uma das marcas do álbum. As coisas ficam ainda mais interessantes na cadenciada “In the Deep”, que chega a lembrar alguns dos sons mais melódicos e amadurecidos do guitarrista Slash (carreira solo onde Myles Kennedy também é vocalista). As arrepiantes “Native Son” e “Pay No Mind” também estão entre as melhores músicas, graças a uma essência duplamente densa e fantasmagórica.
Entre os momentos diferenciados, temos a boa “Godspeed”, que une sintetizadores a uma temática mais alegre, e soa como uma espécie de The Killers em versão hard rock. A excelente “Forever Falling” é mais melancólica e intrincada, e nos faz pensar em como o Chris Cornell se sairia num suposto álbum solo de metal alternativo. Já entre os pontos negativos, cito a irregular “Take the Crown”, que une um verso inspirado a um refrão mediano e deslocado. E “Tear Us Apart” é um pop/rock genérico que parece um Goo Goo Dolls asfixiado em hélio.
No fim, “Walk the Sky” é um álbum que esbanja inspiração do Alter Bridge. Além das letras voltadas à resiliência, a atmosfera sonora pode remeter a uma espécie de filme de terror das antigas. E independente das pequenas mudanças, a banda continua pesada e vigorosa no seu misto de pós-grunge e metal alternativo. Este não é um trabalho superior ao marcante “Blackbird” (2007), mas possui a ousadia do “Fortress” (2013) e é forte concorrente ao posto de segundo colocado na discografia de Tremonti, Kennedy e companhia. O céu é o limite!
Aqui, Kennedy não apenas atinge uma maior versatilidade em seu típico vocal agudo, como também entrelaça suas emoções com as guitarras furiosas e catárticas de Mark Tremonti. E a cozinha de Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bateria) traz coesão e grooves na medida certa, sem exibicionismos. Enquanto o som é mais sombrio e exótico do que de costume, as letras conferem maior dose de força e esperança para vencermos as batalhas contra nossos demônios internos, algo bem explicitado por exemplo nas belas baladas “The Bitter End” e “Dying Light”.
O ótimo e pesado single “Wouldn't You Rather” possui harmonias bem sacadas, uma letra levemente otimista, e um sutil background sinfônico que também é uma das marcas do álbum. As coisas ficam ainda mais interessantes na cadenciada “In the Deep”, que chega a lembrar alguns dos sons mais melódicos e amadurecidos do guitarrista Slash (carreira solo onde Myles Kennedy também é vocalista). As arrepiantes “Native Son” e “Pay No Mind” também estão entre as melhores músicas, graças a uma essência duplamente densa e fantasmagórica.
Entre os momentos diferenciados, temos a boa “Godspeed”, que une sintetizadores a uma temática mais alegre, e soa como uma espécie de The Killers em versão hard rock. A excelente “Forever Falling” é mais melancólica e intrincada, e nos faz pensar em como o Chris Cornell se sairia num suposto álbum solo de metal alternativo. Já entre os pontos negativos, cito a irregular “Take the Crown”, que une um verso inspirado a um refrão mediano e deslocado. E “Tear Us Apart” é um pop/rock genérico que parece um Goo Goo Dolls asfixiado em hélio.
No fim, “Walk the Sky” é um álbum que esbanja inspiração do Alter Bridge. Além das letras voltadas à resiliência, a atmosfera sonora pode remeter a uma espécie de filme de terror das antigas. E independente das pequenas mudanças, a banda continua pesada e vigorosa no seu misto de pós-grunge e metal alternativo. Este não é um trabalho superior ao marcante “Blackbird” (2007), mas possui a ousadia do “Fortress” (2013) e é forte concorrente ao posto de segundo colocado na discografia de Tremonti, Kennedy e companhia. O céu é o limite!
Nota: 9
Por Fábio Cavalcanti
Músicas:
1. One Life [vinheta]
2. Wouldn't You Rather
3. In the Deep
4. Godspeed
5. Native Son
6. Take the Crown
7. Indoctrination
8. The Bitter End
9. Pay No Mind
10. Forever Falling
11. Clear Horizon
12. Walking on the Sky
13. Tear Us Apart
14. Dying Light
1. One Life [vinheta]
2. Wouldn't You Rather
3. In the Deep
4. Godspeed
5. Native Son
6. Take the Crown
7. Indoctrination
8. The Bitter End
9. Pay No Mind
10. Forever Falling
11. Clear Horizon
12. Walking on the Sky
13. Tear Us Apart
14. Dying Light