Quando se fala de empoderamento feminino, a divertida franquia de ação “As Panteras” ainda podia ser considerada discutível, tanto em sua série original de TV (dos anos 1970) como em sua primeira encarnação cinematográfica (da década passada). Agora, a diretora Elizabeth Banks tomou as rédeas de uma saga que sempre foi abordada sob um ponto de vista um tanto masculino, e fez do seu “As Panteras” (2019) um produto dos tempos atuais, ainda que tenha oferecido uma mistura de erros e acertos no resultado final.
A história é uma continuação dos exemplares anteriores, e nos apresenta toda uma geração internacional da agência Townsend. Aqui, as três “Panteras” do momento precisam impedir que um dispositivo de melhoria ambiental seja usado de forma letal por terroristas e afins. Como é deduzível, o novo filme é moderno em alguns pontos ideológicos e ambientais, mas aposta em um formato de escalada investigativa batida que não traz frescor àquelas reviravoltas envolvendo agentes duplos e coisas do tipo.
Na composição de personagens, as coisas também se mostram um pouco trôpegas. A Elena da Naomi Scott é de uma ótima imponência em postura e ação, mas tem personalidade ainda indefinida. Ella Balinska traz indefinição ainda maior para a sua Jane, ao variar de momentos inteligentes para outros de uma ingenuidade cômica bastante forçada. Já Kristen Stewart brilha em tela, fazendo da sua Sabina uma personagem com estilo malandro e com alguma profundidade. Dos vários coadjuvantes, destaco dois “Bosleys”, feitos respectivamente por um Patrick Stewart divertidíssimo e por uma Elizabeth Banks cheia de confiança e segurança.
Claro, também devemos falar sobre o principal: a ação bombástica! Ao contrário das duas obras anteriores, essa aqui leva a tríade “tiros/pancadarias/explosões” a um inesperado nível de economia e sobriedade, um acerto que seria ainda maior se ao menos resultasse num genuíno senso de perigo. A comédia também possui lá uns acertos engraçadinhos. E o elemento feminista atinge o ápice na rima narrativa efetivada entre o início e o desfecho do filme, uma sacada que arrepiará e emocionará qualquer mulher que seja adepta da sororidade.
Apesar dos clichês e irregularidades de execução, o novo “As Panteras” é levemente superior aos dois anteriores, e é bacana o bastante para um fim de semana regado a pipoca. Seu discurso também deverá ser cada vez mais incorporado em grupos de mulheres fortes do presente e futuro, enquanto Kristen, Naomi e Ella estiverem refinando sua química em possíveis continuações dessa saga ainda influente de porrada, estilo e bom humor. Se tudo der certo, elas poderão chutar mais traseiros de homens conservadores por aí...
Nota: 6
A história é uma continuação dos exemplares anteriores, e nos apresenta toda uma geração internacional da agência Townsend. Aqui, as três “Panteras” do momento precisam impedir que um dispositivo de melhoria ambiental seja usado de forma letal por terroristas e afins. Como é deduzível, o novo filme é moderno em alguns pontos ideológicos e ambientais, mas aposta em um formato de escalada investigativa batida que não traz frescor àquelas reviravoltas envolvendo agentes duplos e coisas do tipo.
Na composição de personagens, as coisas também se mostram um pouco trôpegas. A Elena da Naomi Scott é de uma ótima imponência em postura e ação, mas tem personalidade ainda indefinida. Ella Balinska traz indefinição ainda maior para a sua Jane, ao variar de momentos inteligentes para outros de uma ingenuidade cômica bastante forçada. Já Kristen Stewart brilha em tela, fazendo da sua Sabina uma personagem com estilo malandro e com alguma profundidade. Dos vários coadjuvantes, destaco dois “Bosleys”, feitos respectivamente por um Patrick Stewart divertidíssimo e por uma Elizabeth Banks cheia de confiança e segurança.
Claro, também devemos falar sobre o principal: a ação bombástica! Ao contrário das duas obras anteriores, essa aqui leva a tríade “tiros/pancadarias/explosões” a um inesperado nível de economia e sobriedade, um acerto que seria ainda maior se ao menos resultasse num genuíno senso de perigo. A comédia também possui lá uns acertos engraçadinhos. E o elemento feminista atinge o ápice na rima narrativa efetivada entre o início e o desfecho do filme, uma sacada que arrepiará e emocionará qualquer mulher que seja adepta da sororidade.
Apesar dos clichês e irregularidades de execução, o novo “As Panteras” é levemente superior aos dois anteriores, e é bacana o bastante para um fim de semana regado a pipoca. Seu discurso também deverá ser cada vez mais incorporado em grupos de mulheres fortes do presente e futuro, enquanto Kristen, Naomi e Ella estiverem refinando sua química em possíveis continuações dessa saga ainda influente de porrada, estilo e bom humor. Se tudo der certo, elas poderão chutar mais traseiros de homens conservadores por aí...
Nota: 6
Por Fábio Cavalcanti