A mensagem por trás de todo o terror de "It - A Coisa" é universal, pois evoca diretamente os medos e traumas que surgem ainda na nossa infância (e que nos acompanham na vida adulta), além de abordar belos tópicos sobre amizade. Em sua nova versão cinematográfica, esse livro clássico de Stephen King foi dividido em duas partes, sendo que agora temos a sua conclusão: "It - Capítulo 2" (2019). Inesperadamente, essa é uma obra que consegue ter um brilho diferenciado, apesar de possuir claras falhas...
Na história, o palhaço demoníaco Pennywise volta à ativa 27 anos após os eventos que chocaram os adolescentes do "Clube dos Otários", o que leva os mesmos a se reunirem para tentar derrotar o vilão em definitivo. O diretor Andy Muschietti fez um bom trabalho em manter o mesmo nível de atenção ao terror e ao drama, algo que tornou o primeiro filme tão especial e abrangente. A diferença é que, dessa vez, há uma entrega ainda maior ao drama, e com um terror que só assustaria a um público infantil.
Óbvio que uma trama sobre personagens adultos possui mais camadas psicológicas a serem exploradas, e isso foi bem resolvido nas quase 3 horas de duração do filme - sem contar o mistério da origem do Pennywise, que deixa algo no ar para a nossa imaginação. E a química entre os "otários" continua afiadíssima, tanto nos momentos melancólicos quanto nas passagens cômicas. A funcionalidade de cada membro na narrativa é outro acerto, intensificado por bons flashbacks que nos trazem de volta os adoráveis atores adolescentes do primeiro filme.
Jessica Chastain faz da sua Beverly a personagem mais intensa e madura do grupo. Já James McAvoy eleva o personagem Bill a um patamar de versatilidade que continua sendo a grande especialidade do ator. Quanto a Bill Hader... este merece até uma indicação ao Oscar, pois acrescenta ao seu carismático personagem Richie a composição mais completa e hipnótica do filme. Por outro lado, numa obra claramente menos violenta, o Pennywise de Bill Skarsgard acaba não oferecendo aqui a mesma imponência e real ameaça que nos foi apresentada antes.
Com uma produção certeira na parte técnica, e com uma narrativa crescente, humana, e ainda eficiente sobre questões psicológicas que podem nos levar à morte, “It - Capítulo 2” finaliza essa saga com dignidade. Porém, com exceção de um final espetacular - tanto na parte do terror quanto no emocionante encerramento -, essa sequência não vai muito além do bom desenvolvimento dramático. O primeiro filme já está flutuando entre potenciais clássicos futuros do cinema, enquanto que esse deve flutuar no grupo de boas sequências meio esquecidas...
Nota: 7
Na história, o palhaço demoníaco Pennywise volta à ativa 27 anos após os eventos que chocaram os adolescentes do "Clube dos Otários", o que leva os mesmos a se reunirem para tentar derrotar o vilão em definitivo. O diretor Andy Muschietti fez um bom trabalho em manter o mesmo nível de atenção ao terror e ao drama, algo que tornou o primeiro filme tão especial e abrangente. A diferença é que, dessa vez, há uma entrega ainda maior ao drama, e com um terror que só assustaria a um público infantil.
Óbvio que uma trama sobre personagens adultos possui mais camadas psicológicas a serem exploradas, e isso foi bem resolvido nas quase 3 horas de duração do filme - sem contar o mistério da origem do Pennywise, que deixa algo no ar para a nossa imaginação. E a química entre os "otários" continua afiadíssima, tanto nos momentos melancólicos quanto nas passagens cômicas. A funcionalidade de cada membro na narrativa é outro acerto, intensificado por bons flashbacks que nos trazem de volta os adoráveis atores adolescentes do primeiro filme.
Jessica Chastain faz da sua Beverly a personagem mais intensa e madura do grupo. Já James McAvoy eleva o personagem Bill a um patamar de versatilidade que continua sendo a grande especialidade do ator. Quanto a Bill Hader... este merece até uma indicação ao Oscar, pois acrescenta ao seu carismático personagem Richie a composição mais completa e hipnótica do filme. Por outro lado, numa obra claramente menos violenta, o Pennywise de Bill Skarsgard acaba não oferecendo aqui a mesma imponência e real ameaça que nos foi apresentada antes.
Com uma produção certeira na parte técnica, e com uma narrativa crescente, humana, e ainda eficiente sobre questões psicológicas que podem nos levar à morte, “It - Capítulo 2” finaliza essa saga com dignidade. Porém, com exceção de um final espetacular - tanto na parte do terror quanto no emocionante encerramento -, essa sequência não vai muito além do bom desenvolvimento dramático. O primeiro filme já está flutuando entre potenciais clássicos futuros do cinema, enquanto que esse deve flutuar no grupo de boas sequências meio esquecidas...
Nota: 7
Por Fábio Cavalcanti