23 de maio de 2022

Resenha: "TOP GUN - MAVERICK" (2022) [sem spoilers]

 
A experiência oferecida pelo filme de aviação "Top Gun: Ases Indomáveis" (1986) é intensificada pelos seus sabores de ‘blockbuster’ oitentista americanizado... e, claro, pelo ator Tom Cruise! Eis que, em 2022, o cara voltou para uma continuação que ninguém sabe ao certo se desejava: "Top Gun - Maverick". Se esta funcionará mesmo ou não, depende da capacidade de o espectador se deixar levar por um “cinema de gênero” certeiro em altas emoções...

Há sim o retorno dos elementos originais: drama sobre questões psicológicas e competitividades no meio militar, ação aérea envolvendo velozes caças da marinha, e um romance - que agora fica em 3º plano. O diretor Joseph Kosinski (que sucede o Tony Scott) não ignorou as tecnologias e os drones da atualidade, mas ainda enaltece desavergonhadamente - e sem medo de uns excessos masculinos - a cultura e os padrões de uma era mais humana e analógica.

Como já é possível deduzir, a narrativa pertence mais ao Pete ‘Maverick’ Mitchell do que a uma nova geração de pilotos... ainda que os novos personagens, como o do Miles Teller, tenham sua importância na trama. O sempre carismático Tom Cruise traz intensidade às questões do protagonista: seus traumas do passado, e um senso de propósito que flerta com a imprudência. Poderíamos criticar a incongruência que existe na junção dos lemas “seguir o próprio instinto” e “seguir estratégias de equipe”, mas aí perderíamos boa parte da diversão...

Aliás, não faz sentido problematizarmos certos clichês (vilões não americanos, militares superiores que tratam o herói na base do “falam mal mas depois pagam pau”, etc.), quando nos deslumbramos com tudo aquilo em que este filme supera o original: cenas de ação mais empolgantes e criativas - com direito a planos que destacam as expressões de cada piloto durante seus voos -, interações cativantes, e um drama genuinamente emocionante.

Sentem-se no ‘cockpit’ e deixem que o filme "Top Gun: Maverick" te levem da terra aos céus, numa viagem que oferece frescor (a tensa missão final que o diga) e nostalgia (a bela cena do Val Kilmer que o diga) nas medidas adequadas. Será que entramos numa nova fase de arrasa quarteirões do produtor Jerry Bruckheimer? Só sei que agora deu até vontade de cantar: “Ride into the Danger Zone”...

Nota: 9

Por Fábio Cavalcanti

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