16 de maio de 2024

Resenha: "FURIOSA - UMA SAGA MAD MAX" [sem spoilers]


Os três primeiros filmes de ”Mad Max”, estrelados por Mel Gibson entre 1979 e 1985, rejeitavam os arquétipos de franquias. O diretor George Miller “nos atirava” num desértico futuro pós-apocalíptico, habitado por sobreviventes que buscam - muitas vezes em seus carros velozes - por vinganças, poder, ou redenção, em meio à escassez de recursos naturais… Já o novo filme, "Furiosa: Uma Saga Mad Max" (2024), é um pouco diferente…

O ‘reboot’ “Estrada da Fúria” (2015), no qual o Tom Hardy interpreta o Max, gerou uma curiosidade quanto a uma então estreante personagem: a determinada Imperator Furiosa, vivida por Charlize Theron. Nesse 5º trabalho, Miller conta a história de origem da guerreira supracitada. O mais importante sobre a jovem personagem, funciona: a atuação vigorosa de Anya Taylor-Joy no geral, e os momentos iniciais com a atriz mirim Alyla Browne.

Espectadores aficionados por roteiros corretinhos, ficarão satisfeitos com a forma como o novo filme explora grande parte dos pontos e personagens “meio soltos” do anterior, através de uma estrutura em capítulos que é sinuosa e paciente. Já o público “escapista” sentirá falta de reviravoltas mais chocantes e memoráveis, e também lamentará o fato de que ocorrem aqui apenas uma ou duas perseguições (uma delas impressionante) de carros…

Um dos dois vilões, que é o fanfarrão interpretado por Chris Hemsworth, consegue roubar a cena sempre que aparece, da mesma forma que toda a “mitologia meio faroeste” daquele universo continua imersiva. O cinéfilo do tipo degustador poderá se deleitar com as imagens e sons dos agora extensos momentos “silenciosos”, algo que salienta toda a questão existencial de como seria a vida numa Terra desolada.

Como história de origem, jornada do herói, e trama de vingança, num bom mix de ação turbinada e sci-fi, o "Furiosa: Uma Saga Mad Max" merece créditos pela tentativa de não ser um ‘prequel’ inútil. Quanto a uma avaliação que vá além do respeito à boa performance da Anya Taylor-Joy e a todo aquele esmero técnico, esse longo filme nos deixa mesmo é com vontade de revisitar a ainda convidativa “Estrada da Fúria”, se é que me entendem…

Nota: 7

Por Fábio Cavalcanti