14 de janeiro de 2020

Resenha: "JUMANJI - PRÓXIMA FASE" (2019) [sem spoilers]



O que é necessário numa franquia cinematográfica infanto-juvenil que lida com um jogo capaz de puxar seus participantes para um mundo fantasioso? O primeiro “Jumanji” (1995) mesclou a diversão escapista com uma boa dose de coração e alma, e o ‘reboot’ “Jumanji - Bem-vindo à Selva” (2017) foi responsável por intensificar a ação e a comédia na saga. Felizmente, antes de a franquia se transformar num mero pastiche de si mesma, há uma retomada de um elemento humano mais certeiro em seu novo filme: “Jumanji - Próxima Fase” (2019).

Na nova aventura, a jovem turma e mais dois idosos são puxados para o jogo Jumanji, o qual apresenta um defeito que resulta em trocas imprevistas de personagens e desafios mais intensos. O diretor Jake Kasdan manteve parte do que já havia funcionado no seu ‘reboot’, resultando em alguns clichês e num senso reduzido de perigo – em especial na ação final do filme, a qual parece ocorrer no modo “easy”. Por outro lado, ao unir jogadores jovens e idosos, ele cria uma boa reflexão conjunta sobre os perrengues do crescimento e do envelhecimento.

Mais uma vez, o show das atuações fica por conta da divertidíssima química entre os avatares, interpretados por Dwayne Johnson, Jack Black, Kevin Hart e Karen Gillan. Todos eles se mostram versáteis - no modo “hard” agora - pois incorporam uma quantidade maior de pessoas “do mundo real” dessa vez. Os pontos altos de comédia são justamente aqueles em que Johnson e Hart nos presenteiam com as nuances dos dois personagens mais bem desenvolvidos da nova história: os amigos idosos interpretados por Danny DeVito e Danny Glover.

A imersão continua ‘ok’, e a montagem é tão fluida quanto a de um aleatório jogo que pode nos levar a desertos, florestas e lugares frios num curto período de tempo. A ação salta aos olhos em ao menos dois momentos: aquele envolvendo avestruzes alucinados, e aquele envolvendo babuínos nervosos. E o final, ainda que tenha sua dose de previsibilidade, funciona muito bem numa catarse que não apenas evoca um sentimento semelhante ao do filme clássico de 1995 como também pode nos extrair algumas lágrimas...

“Jumanji - Próxima Fase” não é um avanço efetivo para uma nova fase do cinema pipoca, mas não deixa de trazer uma mistura inspirada de ação, aventura, fantasia e comédia, num pacote perfeito para toda a família (incluindo os avôs). E sua dose extra de profundidade, sobre transições na vida e suas novas possibilidades, faz com que essa obra seja levemente superior ao “Bem-vindo à Selva”. Como era de se esperar, a cena durante os créditos já abre o caminho para uma nova sequência, logo podemos nos preparar para o próximo jogo!

Nota: 7

Por Fábio Cavalcanti

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